20 de Set, 2024
Abilio Vaneli e William Meira criticam má gestão das ambulâncias e expõem situação crítica da saúde em Coxim
02 de Abr, 2024

Durante a sessão de segunda-feira (01) na Câmara Municipal de Coxim, os vereadores William Meira (PSDB) e Abilio Vaneli (PT) voltaram a cobrar melhores condições no transporte da saúde. De acordo com os parlamentares, faltam veículos e os que estão à disposição sequer têm condições seguras de rodar.

Ao usar a palavra, Meira, que é da base do prefeito Edilson Magro, propôs que Paulo Dourado, responsável pela gestão da frota da Secretaria Municipal de Saúde, compareça ao Legislativo para dar explicações sobre a quantidade de veículos, bem como sobre os contratos de locação e manutenção firmados.

Primeiro-secretário da Câmara, Wiliam Meira, ladeado pelo vice-prefeito Flavio Dias (à esquerda) e pelo prefeito Edilson Magro (à direita): "Ser base não é ser besta". Foto: Divulgação/ Assessoria

Abilio corroborou com a solicitação de Meira e também disse que vai pedir explicações à Secretaria Municipal de Saúde, através da Gerência de Transportes, ao prefeito e à direção do Hospital Regional, uma vez que os problemas com os veículos são os mais diversos possíveis, são recorrentes e têm sido registrados desde o início da atual administração.

Ao justificar sua insatisfação, Meira ressaltou que ser da base, que ser o líder do prefeito na Câmara, não significa concordar com todas as ações do Executivo. Ele disse que há coisas boas na gestão de Edilson, mas que a manutenção da frota da saúde certamente não é uma delas, pelo contrário, é o principal problema.

“Ser base não é ser besta. Pode acontecer um acidente grave devido à falta de coragem de quem tem que tomar as decisões”, disse. “Vivemos isso em 2022, em 2023 e agora. As ambulâncias estão em mau estado de conservação e colocando em risco profissionais da saúde e pacientes [...] não posso trair os mais de 500 coxinenses que confiaram o mandato a mim”, completou.

Vereador Abilio Vaneli desde o primeiro ano da gestão vem alertando sobre a falta de manutenção da frota. Foto: Divulgação/Câmara

Por sua vez, Abilio lembrou que há pelo menos dois anos vem promovendo denúncias constantes, que já esteve visitando pátios em Coxim e Campo Grande, onde encontrou veículos abandonados. “Não tem veículo reserva”, disse ele, referindo-se às ambulâncias. Ele disse ainda ter sido informado que a única ambulância disponível está com os pneus “no arame”.

“Desse jeito, estão destruindo o patrimônio público. Aquela viatura que está com os pneus na lona é a mais nova. Se não fizer as trocas, se não tiver manutenção, não tem frota que suporte. Essas viaturas viajam de noite e de dia, e sem a devida manutenção, há risco de acidente. Será que vão esperar perder uma vida?”, questionou.

Situação das ambulâncias foi registrada pelos vereadores Abilio Vaneli e Marcinho Souza.

Saúde em crise

Conforme tem sido noticiado pelo MS Norte, a saúde de Coxim enfrenta uma crise preocupante e quem sofre as consequências é a população. Os problemas na atual gestão são numerosos, incluindo ônibus em condições precárias, má administração da frota, mudanças repentinas na escala dos postos de saúde, falta de ambulâncias para o transporte de pacientes e até mesmo a demissão de um médico plantonista. Além disso, o município e a Fesp (Fundação Estatal de Saúde do Pantanal), entidade responsável pela administração do Hospital Regional, estão enfrentando duas ações judiciais por supostos erros médicos. Uma delas envolve a perfuração da bexiga de uma mulher, e a outra resultou na morte de uma bebê. Os pedidos de indenizações nessas ações ultrapassam os R$ 2 milhões.

Nos últimos meses, a situação parece apenas se agravar. Em julho do ano passado, vieram à tona os problemas na gestão da frota, que resultaram em diversas viaturas fora de serviço, incluindo ambulâncias.Isso obrigou o município a alugar ônibus para suprir o ônibus do Município, para transportar pacientes para consultas em Campo Grande.

Em pelo menos duas ocasiões, esses veículos em más condições apresentaram problemas, deixando os pacientes às margens das rodovias. Apesar de outros veículos terem sido disponibilizados posteriormente, a demora fez com que muitos pacientes perdessem seus atendimentos. Nos últimos dias, mais situações graves foram registradas.

Uma delas envolve o processo de uma mulher que alega ter tido a bexiga perfurada durante uma cirurgia, em um possível erro médico, e solicitou indenização ao município e à Fesp. Os pais de uma bebê que faleceu em abril deste ano também entraram com um processo contra a Fesp e o município, alegando que a filha morreu devido à não realização, a tempo, de um exame de raio-X.

Da Redação

Foto destaque: Arquivo


 

 




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