28 de Set, 2024
Agentes Ambientais do Taquari fazem apelo à sociedade e às autoridades
04 de Out, 2021

Por Fabio Pellegrini

 

Coxim (MS) – A Associação dos Agentes Ambientais do Taquari, que reúne ex-catadores do antigo lixão e técnicos de gestão ambiental que fazem gestão, triagem e comercialização de material reciclável recolhido em Coxim, está precisando de maior envolvimento da sociedade e das autoridades municipais.

 

Os principais problemas elencados são: redução considerável de material entregue pela coleta domiciliar da prefeitura; destinação errada; material orgânico ou não reciclável misturado aos recicláveis; baixo valor de mercado de alguns materiais, como papelão e vidro; falta de apoio na conscientização da sociedade quanto ao consumo e à separação. 

 

Outra grave situação é que, por questão de sobrevivência, muitas pessoas que não eram do ramo, passaram a disputar os recicláveis.

 

A Associação foi organizada em 2018 com o apoio da Prefeitura Municipal, atendendo o Plano Nacional de Resíduos Sólidos. A coleta seletiva em Coxim iniciou em julho de 2020 em 35% da área urbana.

 

No dia 7 de dezembro de 2020 passou a atingir 100% da área urbana. Porém em janeiro de 2021, alegando contenção de despesas, a Prefeitura cortou a hora extra dos servidores da Secretaria de Obras que faziam a coleta domiciliar porta-a-porta no período vespertino em mais de 20 bairros de Coxim.

 

Com isso, a população atendida nesses bairros deixou de separar o material em casa. Dessa forma, muito material que poderia ser destinado à reciclagem está indo parar no lixo.

Vidro não-retornável é um grave problema: ocupa muito espaço e tem baixo valor de mercado.

 

Os Agentes então, estão tendo que, além de fazer a separação, sair às ruas para atender os bairros que foram deixados pela Prefeitura. Com a alta do preço da gasolina, essa logística fica inviável para a Associação arcar sozinha.

 

Os órgãos públicos locais não implantaram o programa de coleta seletiva solidária junto às repartições públicas, conforme determina o acordo judicial assinado pela Prefeitura e o Ministério Público.

 

Diante de tudo isso, os recicláveis que poderiam ser encaminhados aos agentes estão indo para o lixo comum, aumentando a quantidade de rejeito que é exportado (por peso) para o aterro sanitário de Sidrolândia, aumentando o custo para o Município de Coxim.

 

Ou seja, se toda a sociedade, inclusive as autoridades municipais, se dedicarem sobre essa situação, o Município poderá economizar recursos que estão sendo aplicados no transbordo do lixo comum.

 

“As vendas para a indústrias de reciclagem ocorrem a cada 15 dias. A renda dos nossos Agentes Ambientais diminuiu drasticamente. Às vezes não conseguimos nem atingir a meta de um salário mínimo. Por fim, esperamos que as autoridades se esforcem um pouco mais para que a gente supere isso junto”, diz a gestora ambiental Luciana Cruz.




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