06 de Out, 2024
Com crescimento de casos na África e 16 mortes no Brasil, Ministério da Saúde se mobiliza contra a mpox
14 de Ago, 2024

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou na quarta-feira (14) que o cenário de mpox no continente africano constitui uma emergência em saúde pública de importância internacional devido ao risco de disseminação global e à potencial ameaça de uma nova pandemia.

Este é o mais alto nível de alerta emitido pela entidade. O anúncio foi feito pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante uma coletiva de imprensa em Genebra. Ele destacou que surtos de mpox vêm sendo reportados na República Democrática do Congo há mais de uma década, com infecções em aumento constante nos últimos anos. Em 2024, os casos já superaram o total registrado em 2023, somando mais de 14 mil casos e 524 mortes.


"A OMS vem trabalhando para conter os surtos de mpox na África e alertando que o cenário é algo que deve preocupar a todos nós. Na semana passada, convoquei o comitê de emergência para avaliar a situação na República Democrática do Congo e em outros países na África. Hoje, o comitê se reuniu e informou que, em sua visão, a situação constitui emergência em saúde pública de importância internacional”, afirmou Tedros.


O Centro de Controle e Prevenção de Doenças africano (CDC África) já havia declarado a mpox como uma emergência em saúde pública de segurança continental, devido à rápida transmissão da doença na região. Tedros ressaltou que a detecção de uma nova variante de mpox na República Democrática do Congo e em países vizinhos é preocupante, dado o potencial de disseminação em toda a África e além. "Está claro que uma resposta internacional de forma coordenada é essencial para interromper esses surtos e salvar vidas”, concluiu.


Em meio ao aumento de casos de mpox e à circulação de uma nova variante do vírus no continente africano, o Ministério da Saúde do Brasil convocou uma reunião na terça-feira (13) para tratar da doença. A pasta informou que a reunião com especialistas visou atualizar as recomendações e o plano de contingência para a mpox no país. “Será realizada reunião com especialistas para atualização dos serviços de vigilância e assistência médica”, declarou o ministério em nota.


Apesar da situação preocupante na África, o Ministério da Saúde avaliou que o risco de disseminação da mpox para o Brasil é baixo no momento. Em 2024, o Brasil registrou 709 casos de mpox e 16 óbitos, sendo o mais recente em abril do ano passado. Sobre as vacinas contra a mpox, a pasta lembrou que a imunização foi realizada em 2023 como medida emergencial, com o uso das doses autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de forma provisória. "Caso novas evidências demonstrem a necessidade de alterações no planejamento, as ações necessárias serão adotadas e divulgadas oportunamente”, completou o ministério.


A OMS, por sua vez, solicitou que fabricantes de vacinas contra a mpox submetam pedidos de análise para uso emergencial das doses, visando agilizar a disponibilidade dos imunizantes em situações de emergência. A organização destacou que a autorização para uso emergencial é uma medida necessária para garantir o acesso às vacinas, especialmente em países de baixa renda.


A mpox, também conhecida como monkeypox, é uma doença zoonótica viral cuja transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animais silvestres infectados, pessoas infectadas ou materiais contaminados. Os sintomas incluem erupções cutâneas, linfonodos inchados, febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrios e fraqueza. Embora a maioria dos pacientes se recupere dentro de um mês, a doença pode ser fatal se não tratada adequadamente. Na República Democrática do Congo, a cepa existente da doença tem uma taxa de mortalidade significativamente alta, com mais de 479 mortes registradas desde o início do ano.


A OMS continua monitorando de perto a situação global da mpox e reforça a necessidade de uma resposta robusta e coordenada para evitar uma nova crise de saúde pública.

Da Redação, com informações da Agência Brasil

Foto: Assessoria

 




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