O prefeito de Coxim, Edilson Magro (PP), vai anunciar na próxima sexta-feira (5) sua pré-candidatura à reeleição, com um evento marcado para às 19 horas na Toca do Rato, no bairro Senhor Divino, com presença da senadora Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, principal liderança do PP em Mato Grosso do Sul.

O anúncio da pré-candidatura contraria diretamente a promessa feita pelo prefeito em sua campanha de 2020, quando afirmou que não disputaria a reeleição, alegando que tal prática era “coisa de quem tinha conchavo político e devia favores”.

Durante uma entrevista recente a uma rádio local, Edilson enfatizou seu forte alinhamento político com o governador Eduardo Riedel, o PSDB, a bancada federal e os deputados estaduais de Mato Grosso do Sul, declarando que "nunca Coxim esteve tão alinhada politicamente como está agora". No entanto, essa mesma aliança política, que antes era vista por ele como negativa, agora é usada como justificativa para sua busca pela reeleição.

Popularidade em Xeque

Apesar do otimismo demonstrado em suas declarações, o cenário eleitoral atual revela um panorama diferente. Segundo uma pesquisa de intenção de votos realizada pelo Instituto Ranking Brasil Inteligência, 62% dos eleitores de Coxim ainda não decidiram em quem votar para prefeito nas eleições de 2024. Embora Edilson Magro lidere a pesquisa espontânea com 22% das intenções de voto, esse número demonstra que ele não conseguiu consolidar uma base sólida de apoio, mesmo estando no exercício do mandato.

O resultado da pesquisa, registrada no TSE sob o número MS-04119/2024, indica um aumento de apenas 4 pontos percentuais para Magro desde a pesquisa anterior em março, enquanto seu principal concorrente, Pedro Rony, aumentou apenas 1 ponto percentual, atingindo 11,8%. Outros candidatos, como Salette Bell e Dra. Ingridy, obtiveram 2% e 1,2% respectivamente, enquanto 62% dos entrevistados ainda estão indecisos ou não responderam.

Gestão não resolve problemas básicos

A recente pesquisa realizada pelo Instituto Ranking Brasil Inteligência revelou não apenas as intenções de voto para a Prefeitura de Coxim, mas também destacou os principais problemas enfrentados pela população local.

A saúde foi apontada como o maior problema, com 33,8% dos entrevistados afirmando que é necessário melhorar este setor. A falta de remédios e de médicos foi mencionada por 25,4% dos participantes, reforçando a necessidade de atenção urgente.

Outros problemas destacados incluem:

Limpeza pública: 15,6%
Asfalto e recapeamento: 13,2%
Investir no turismo: 10,4%
Falta de infraestrutura: 9,2%
Meio ambiente e rios: 8,8%
Saneamento básico: 7,4%
Cobrança da taxa do lixo e impostos: 6,2%
Falta de indústrias: 6%
Alto custo de vida: 5,8%
Construir mais moradias populares: 5,2%
Melhorar a sinalização de trânsito: 4,6%
Manutenção das estradas vicinais: 4%
Estabelecer mais parceria com o Governo do Estado: 3,8%
Investir mais nos distritos: 3,6%
Ajudar a zona rural: 3,4%
Melhorar o transporte coletivo urbano: 3%
Melhorar o sinal de Internet: 2,8%
Outros problemas: 2,4%
Não sabem ou não responderam: 6,6%

Impacto nas Eleições

Com base nos dados apresentados na pesquisa, a predominância de problemas na área da saúde e a insatisfação com a administração atual podem ser fatores determinantes nas eleições de 2024. Apesar de liderar as intenções de voto, Edilson Magro enfrenta uma população insatisfeita com serviços essenciais, como saúde e infraestrutura. Nesta esteira, a falta de medicamentos e médicos surge como outro ponto crítico.

Conforme tem sido noticiado pelo MS Norte, a saúde de Coxim enfrenta uma crise preocupante e quem sofre as consequências é a população. Os problemas na atual gestão são numerosos, incluindo ônibus em condições precárias, má administração da frota, mudanças repentinas na escala dos postos de saúde, falta de ambulâncias para o transporte de pacientes e até mesmo a demissão de um médico plantonista.

Além disso, o município e a Fesp (Fundação Estatal de Saúde do Pantanal), entidade responsável pela administração do Hospital Regional, estão enfrentando duas ações judiciais por supostos erros médicos. Uma delas envolve a perfuração da bexiga de uma mulher, e a outra resultou na morte de uma bebê. Os pedidos de indenizações nessas ações ultrapassam os R$ 2 milhões.

Nos últimos meses, a situação parece apenas se agravar. No ano passado, vieram à tona os problemas na gestão da frota, que resultaram em diversas viaturas fora de serviço, incluindo ambulâncias.Isso obrigou o município a alugar ônibus para suprir o ônibus do Município, para transportar pacientes para consultas em Campo Grande.

Em pelo menos duas ocasiões, esses veículos em más condições apresentaram problemas, deixando os pacientes às margens das rodovias. Apesar de outros veículos terem sido disponibilizados posteriormente, a demora fez com que muitos pacientes perdessem seus atendimentos. Nos últimos dias, mais situações graves foram registradas.

Uma delas envolve o processo de uma mulher que alega ter tido a bexiga perfurada durante uma cirurgia, em um possível erro médico, e solicitou indenização ao município e à Fesp. Os pais de uma bebê que faleceu em abril deste ano também entraram com um processo contra a Fesp e o município, alegando que a filha morreu devido à não realização, a tempo, de um exame de raio-X.

Transparência fiscal ruim

Além das questões eleitorais, a gestão de Edilson Magro enfrenta críticas pela qualidade das informações contábeis e fiscais enviadas pelo município. De acordo com o Ranking da Qualidade da Informação Contábil e Fiscal no Siconfi, divulgado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), Coxim obteve um dos piores resultados entre os municípios da região Norte de Mato Grosso do Sul, classificando-se em 4808º lugar nacionalmente, com 93.415 pontos e um percentual geral de 63,1%.

Este desempenho insatisfatório destaca a necessidade urgente de melhorias na gestão financeira e contábil do município. Enquanto outras cidades da região, como São Gabriel do Oeste e Costa Rica, obtiveram posições muito melhores no ranking, Coxim se destacou negativamente, reforçando a percepção de má gestão na administração atual.

Da Redação

Foto: Assessoria