O guia de turismo Fabiano Ramos percorreu nesta semana um trajeto de 270 km pedalando entre Costa Rica, Alcinópolis, Coxim e Rio Verde, na modalidade bikepacking, visando mostrar aos entusiastas, praticantes e ao trade turístico estadual a viabilidade e as potencialidades da Rota Cerrado Pantanal, região turística do Norte de Mato Grosso do Sul.

O conceito de bikepacking consiste em viajar em uma bike, como o cicloturismo, porém, com a menor quantidade de “tralhas”. Em linguagem mais clara, seria como praticar “mochilão” de bike. Assim como os mochileiros, os bikepackers seguem um conceito filosófico, de explorar o mundo apenas com o necessário, sem apego às coisas materiais, em um contato maior com a natureza e consigo mesmo, testando seus próprios limites, físicos e psicológicos.

Fabiano completou 43 anos durante esta jornada. Ele tem experiência esportes de aventura, expedições e competições de MTB, além de proprietário da agência Cerrado Extremo, conduzindo turistas na região Norte de Mato Grosso do Sul há mais de 20 anos.

A viagem de Fabiano teve início às 5h da manhã de terça-feira (3 de janeiro) em Costa Rica, passando por Coxim na quarta-feira (4) e chegando em Rio Verde de MT na quinta (5), totalizando pouco mais de 270 km.

Unidades de Conservação

Ao longo do percurso, é possível acessar pelo menos cinco unidades de conservação do bioma Cerrado, como o Parque Nacional das Emas, o Parque Estadual das Nascentes do Taquari, o Parque Municipal Natural do Salto do Sucuriú (Costa Rica); o Templo dos Pilares, a Gruta do Pitoco, a Gruta do Barro Branco (em Alcinópolis); a Área de Proteção Ambiental Rio Cênico Rotas Monçoeiras, em (Coxim e Rio Verde), além de conhecer outros diversos atrativos turísticos de cada município.

Em exclusividade ao MS Norte, ele diz que esta foi a primeira vez que fez individualmente uma experiência como esta: “Já fui a outros destinos de bike e em grupo. Mas desta vez, o objetivo é mostrar que a Rota Cerrado Pantanal tem diversos atrativos que podem ser acessados em distância razoável. Eu fiz sozinho, mas há praticantes da modalidade que fazem com carro de apoio, o que otimiza muito mais a viagem e é possível se dedicar mais ao turismo, aos passeios, aos restaurantes, campings e hotéis”.

“A bike pesa 14kg e tentei levar o suficiente: fogareiro, lanterna de cabeça, barraca, saco de dormir, alimentos, panela, roupas, capa de chuva, equipamento para manutenção da bike e uma ‘farmacinha’ para eventualidades”, conta ele.

Para Fabiano, a viagem é “de boa” para quem faz pedal rotineiramente: “O maior trecho é entre Coxim e Alcinópolis (120km) e tem que avaliar a condição do tempo, pois a chuva, o vento e o sol forte prejudicam o desempenho do viajante”.

Diversidade de atrativos turísticos

Desta vez, Fabiano não fez passeios nas cidades, até porque já conhece a maioria dos atrativos: “Foi mais uma viagem técnica, mas temos muitas opções na região: os parques em Costa Rica com rapel, tirolesa, trilha, boia-cross e rafting, os sítios arqueológicos em Alcinópolis, os passeios e banhos de rio em Coxim, e os balneários, cachoeiras e mirantes em Rio Verde”.

“Todos esses municípios oferecem opções de hospedagem e guias. É importante que as pessoas saibam dessas opções, pois este mês de janeiro, por exemplo, muitos estão em busca de destinos mais em conta. Enquanto membro da diretoria da Rota Cerrado Pantanal, gostaria de convidar as pessoas a conhecerem nossa região”, finaliza ele.

Trilhas de Longo Curso

Além disso, Fabiano mostra que a região tem potencialidade para integrar a Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso, que são enormes corredores ecológicos que se transformam em ferramentas reconhecidas pela legislação brasileira para ampliar a conectividade entre áreas preservadas garantindo a manutenção da vida selvagem e na melhoria de indicadores ecológicos. Atuam como catalizadoras de emprego e de renda principalmente nos serviços de apoio ao turista, favorecendo o desenvolvimento sustentável e minimizando o efeito de esvaziamento das áreas rurais, além de promoverem recreação e de qualidade de vida com grande o potencial turístico e esportivo.

Rota Cerrado Pantanal

A Rota Cerrado Pantanal é uma Instância de Governança Regional que agrega mais de 40 pessoas, entre empresários do turismo e comércio, representantes do poder público e do terceiro setor de 11 municípios do Norte de MS, com o papel de articular estratégias em âmbito regional para compartilhar espaços de diálogo; tomar decisões e orientar o desenvolvimento turístico da região, de forma sustentável, sendo chancelada pela Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul e pelo Ministério do Turismo. Empresários proprietários de atrativos turísticos e de hotéis, bares e restaurantes interessados em se associar podem entrar em contato pelo whatsapp (67) 99957 7375.