A saúde pública em Coxim enfrenta uma nova crise. Um vídeo recente, gravado por uma mãe durante o transporte de seu filho, portador de deficiência, revelou as condições perigosas de uma ambulância que realizava o trajeto entre Coxim e Campo Grande. No vídeo, a mulher denuncia uma série de problemas graves no veículo, que colocam em risco a vida dos pacientes.
A mulher mostra a porta traseira da ambulância constantemente se abrindo durante o percurso, com o veículo trafegando a cerca de 100 km/h. “A porta da ambulância está aberta. Olha isso, gente! É isso que a gente passa indo para Campo Grande", desabafou a mulher, visivelmente desesperada.
O motorista foi obrigado a parar três vezes para tentar fechar a porta, que acabava por se abrir novamente. Em uma tentativa de solução improvisada, o condutor usou o cinto de segurança da maca para amarrar a porta, evitando que ela se abrisse enquanto a ambulância seguia em alta velocidade.
Além desse risco extremo, a mulher relatou outros problemas dentro da ambulância, como o ar-condicionado defeituoso, que ao invés de refrigerar o interior do veículo, espalhava a fumaça do escapamento, causando sufocamento. “Eu tive que desligar porque estávamos ficando sufocados”, disse, preocupada com o bem-estar do filho.
Cenário caótico
Essa não é a primeira denúncia de condições inadequadas no sistema de saúde de Coxim. Nos últimos meses, a gestão da saúde no município tem sido marcada por uma série de problemas, incluindo a má administração da frota de veículos, falta de ambulâncias adequadas, e até demissões de médicos plantonistas. A situação tem gerado revolta na população, que sofre com a falta de infraestrutura e segurança nos serviços oferecidos.
Coxim e a Fundação Estatal de Saúde do Pantanal (Fesp), entidade que administra o Hospital Regional, enfrentam ainda ações judiciais por supostos erros médicos, incluindo a morte de uma bebê e a perfuração da bexiga de uma mulher durante uma cirurgia. As indenizações solicitadas nesses casos ultrapassam R$ 2 milhões.
Desde o ano passado, a situação tem se agravado, com relatos de ônibus alugados para transportar pacientes para consultas em Campo Grande, após falhas na frota municipal. Em pelo menos duas ocasiões, esses veículos apresentaram problemas mecânicos, deixando pacientes à beira da estrada e impossibilitando-os de chegar aos atendimentos médicos agendados.
Da Redação
Foto: Assessoria