Em Coxim, uma situação alarmante foi revelada através da denúncia do vereador Marcinho Souza. Materiais destinados à criação de uma sala sensorial, financiados por uma emenda do ex-deputado estadual Herculano Borges, no valor de R$ 40 mil, estão armazenados sem uso em dois banheiros na Clínica Reabilitar desde 19 de julho de 2023.

A sala sensorial, planejada para ser um ambiente que estimula os sentidos, tem como objetivo proporcionar benefícios terapêuticos cruciais para o desenvolvimento e o bem-estar de pessoas com deficiência ou necessidades especiais, sendo especialmente importante para crianças com autismo.

Contudo, os materiais que equipariam esse espaço estão acumulados e negligenciados, falhando em seu propósito de apoio à fisioterapia e ao tratamento dos pacientes. “A sala sensorial é essencial para o bem-estar e para a melhoria do tratamento de nossas crianças e dos pacientes em geral, principalmente daqueles com autismo. É desolador ver que, após mais de seis meses da liberação dos fundos, os materiais continuam armazenados inadequadamente”, lamentou o vereador, que também fez um apelo em vídeo nas redes sociais ao Executivo.

“Isso nos entristece, e novamente solicitamos a atenção da Secretária de Gestão, Veronildes Batista, e da Secretária de Saúde, Senhora Leila Kohl, para que medidas sejam tomadas. É inaceitável que esses recursos, oriundos do dinheiro público, estejam sendo desperdiçados”, enfatizou o vereador Marcinho Souza.

A denúncia ressalta a necessidade urgente de intervenção das autoridades para assegurar a correta utilização dos materiais, garantindo o suporte necessário aos pacientes que dependem desses recursos para seu desenvolvimento e qualidade de vida.

Equipamentos adquiridos por meio de emenda parlamentar estão entulhados em banheiro.

Prefeitura divulgou nota declarando que Coxim é referência em educação inclusiva.

Contraponto

Recentemente, a prefeitura divulgou uma nota declarando que Coxim é referência em educação inclusiva. Atualmente, a rede municipal conta com 115 alunos com diagnóstico definido, matriculados em 74 salas do ensino regular, incluindo 69 diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista.

A administração municipal afirmou que, além dos alunos com autismo, há aqueles com deficiência intelectual, paralisia cerebral, síndrome de Down, e deficiências físicas, visuais e auditivas. Para atender essa demanda, a rede dispõe de 48 professores em período parcial e 23 em período integral, em conformidade com a Deliberação Estadual Nº 11.883 de 2019, que estipula que cada professor de apoio pode atender até três crianças, conforme estudo de caso.

No entanto, na última terça-feira (02), quando foi celebrado o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo, Dayane Xavier, mãe de uma criança autista, manifestou sua insatisfação com a equipe multidisciplinar da Educação em um grupo de pais e educadores do município. 

Ela destacou problemas que, segundo ela, comprometem o direito à educação das crianças com deficiência. Relatou que os professores de apoio, além de escassos, enfrentam sobrecarga de trabalho. Na escola de seu filho, um único professor atende a quatro crianças que necessitam de atenção especial. “Lutar pelo direito à educação dos filhos é um dever dos pais”, disse ao MS Norte.

A equipe de reportagem tentou contato com o município, mas não obteve respostas até o fechamento desta edição.

Da Redação

Foto: Assessoria