Nesta terça-feira (02), data em que é celebrado o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo, famílias de crianças autistas de Coxim parecem não ter muito o que comemorar. Informações apuradas pelo MS Norte mostram que estudantes com TEA (Transtorno do Espectro Autista) enfrentam muitos obstáculos na luta pela inclusão nas escolas.

Dayane Xavier, mãe de uma criança autista, expressou sua insatisfação com a equipe multidisciplinar da Educação em um grupo de pais e educadores do município. Ela também compartilhou suas preocupações com a redação, usando seu filho como exemplo, para destacar problemas que, segundo ela, ameaçam o direito à educação das crianças com deficiência.

Ela relatou os professores de apoio disponíveis, além de escassos, estão sobrecarregados. Na escola de seu filho, há apenas um professor para quatro crianças que necessitam de atenção especial. “Lutar pelo direito à educação dos filhos é uma prerrogativa dos pais”, afirma.

Devido à ausência de acompanhamento adequado, essas crianças enfrentam dificuldades de aprendizado e de relacionamento, o que pode levar a traumas que afetam seu desenvolvimento. “Falta material adaptado, pois muitas crianças têm dificuldades intelectuais e precisam de materiais específicos para aprender de forma diferenciada. A inclusão ainda é insuficiente”, diz.

Dayane também aponta que o corpo multidisciplinar tem impedido que terapeutas do método ABA (Análise do Comportamento Aplicada), custeados pelos planos de saúde dos pais, atuem nas unidades educacionais para auxiliar no aprendizado das crianças. “Isso não representa custo algum para o município, já que é financiado pelos pais”, destaca.

Diante disso, Dayane aproveitou a data para reivindicar os direitos das crianças com TEA e outras deficiências, buscando assegurar a garantia de seus direitos. “É um pedido de ajuda não apenas pelo meu filho, mas por todas as crianças.” A equipe tentou entrar em contato com a Secretária Municipal de Educação, Michelle Proença, mas não obteve retorno até o momento.