O deputado estadual Pedro Kemp (PT) voltou a pressionar o governo estadual e federal para solucionar a crise de abastecimento de água nas aldeias Bororó e Jaguapiru, em Dourados, durante sessão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul nesta terça-feira (26). O parlamentar destacou a situação crítica vivida pelas comunidades indígenas e pediu uma força-tarefa para resolver o problema.
“Moradores têm relatado a falta de água para beber, cozinhar, lavar roupas e tomar banhos, condições que afetam o dia a dia dessas pessoas, fazendo, inclusive, com que as crianças percam aula por falta de roupa limpa", afirmou Kemp. Ele também destacou que os reservatórios das aldeias estão vazios e que crianças estão recorrendo a córregos para coletar água, expondo-se à contaminação por agrotóxicos.
O parlamentar lembrou que, em 2023, um projeto da Sanesul, orçado em R$ 35 milhões, foi inserido no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para resolver a crise hídrica nas aldeias. No entanto, ele criticou a inércia das autoridades: “Até o presente momento ainda não há notícias de que tenha sido colocado em prática.”
A falta de água levou os indígenas a realizarem protestos, incluindo o bloqueio de rodovias, como forma de chamar atenção para a gravidade da situação. Kemp reforçou que é necessária uma ação imediata para evitar a piora das condições já precárias.
A deputada Lia Nogueira (PSDB) também destacou a gravidade do problema, apontando que a falta de água não se restringe às aldeias de Dourados, mas também afeta outros municípios, como Paranhos e Amambai. “Isso já se arrasta há mais de 20 anos. Existe projeto para que água seja levada às aldeias e outros municípios, mas não sai do papel. Não dá mais para esperar, chegou ao limite. O governo precisa intensificar os esforços para garantir o acesso à água nas comunidades indígenas”, afirmou.
A crise hídrica nas aldeias indígenas continua sendo uma das pautas mais urgentes da Assembleia Legislativa, com parlamentares pressionando por uma solução que garanta o acesso à água, um recurso essencial para a saúde e a dignidade das comunidades afetadas.
Da Redação
Foto: Assessoria