28 de Set, 2024
Sobrevivente, filhote de tamanduá demonstra evolução e se aproxima de uma reinserção à natureza
06 de Set, 2024

Dias após ser resgatado, o filhote de tamanduá encontrado em Jardim já demonstra sinais de recuperação e adaptação. O animal, que foi encaminhado ao Recinto de Amparo e Reabilitação de Animais Silvestres (Raras), em Bonito, está em tratamento após sofrer intensa desidratação e enfrentar dificuldades por estar longe de seu habitat natural e da mãe.

Com idade estimada entre quatro e cinco meses, o filhote recebe uma dieta especial composta por creme de leite, gema de ovo, vitaminas e cupim, alimento que faz parte da base alimentar dos tamanduás. A alimentação é importante para que o pequeno animal se familiarize com sua futura dieta na natureza. Apesar das dificuldades iniciais, ele já apresenta sinais de melhora.

Um cenário semelhante ocorreu com outro tamanduá resgatado há cerca de 15 dias, também filhote, que hoje já se alimenta de seu próprio cupinzeiro no recinto. Ambos contam com almofadas e bichinhos de pelúcia para simular o conforto que teriam ao se agarrar à mãe, como explica o veterinário responsável, Marcelo Matias: “Na natureza, eles estão sempre agarrados ao corpo da mãe, é meio instintivo dele ficar sempre ali, abraçado. Então, colocamos travesseirinhos e bichinhos para eles se sentirem mais confortáveis e seguros”.

Por terem sido resgatados ainda filhotes, os tamanduás passarão por um período de reabilitação em um santuário antes de, possivelmente, serem reintegrados ao habitat natural. Durante esse período, eles receberão monitoramento constante, alimentação adequada e cuidados para garantir sua sobrevivência na natureza. "Eles não têm a mãe para ensinar uma série de coisas que precisam saber, como achar água na natureza, onde se esconder e onde dormir para não serem predados", explica Matias.

O resgate do filhote ocorreu no domingo (1º) em Jardim, quando Daniele Gutterres, investigadora da 1ª Delegacia de Polícia, encontrou o animal em posição de ataque em frente à delegacia. Daniele, que havia ido alimentar uma cachorra resgatada, chamou o plantonista para ajudar no resgate do tamanduá. “O filhote estava muito assustado e ficou em posição de ataque. Foi tranquilo pegar o bichinho e deixar com a PMA de Jardim”, contou. A Polícia Militar Ambiental (PMA) encaminhou o animal ao Raras, onde está sendo tratado.

Além dos tamanduás, a PMA realiza o resgate de diversas espécies de animais silvestres, incluindo répteis e aves. Em 2024, foram registrados 66 casos de contenção e captura de animais no Mato Grosso do Sul, sendo 24 mamíferos, 33 répteis e 61 aves. De acordo com a tenente Eveny Parrella, assessora de comunicação do 1º BPMA, os resgates de aves geralmente ocorrem em áreas urbanas, envolvendo colisões ou quedas de filhotes. Já os casos com répteis aumentam durante o período chuvoso, quando serpentes saem em busca de alimentos.

A tenente alerta para a importância de contatar a PMA ao se deparar com um animal silvestre fora de seu habitat natural ou ferido: “É importante que a população não tente pegar o animal. O ideal é sempre entrar em contato conosco e pedir orientação, tanto para animais de pequeno porte quanto para os maiores, e nós realizamos o resgate”.

A PMA realiza atendimentos em Campo Grande pelo telefone (67) 3357-1500 ou via WhatsApp no número (67) 9984-5013, exclusivo para mensagens.

Da Redação

Foto: Assessoria

 




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