Os rios, que desde os primórdios da civilização sustentam a vida e a humanidade, estão secando. Em um pronunciamento contundente durante a sessão ordinária desta quinta-feira (11), o deputado estadual Pedro Kemp (PT) expressou sua profunda preocupação com a situação alarmante dos rios em Mato Grosso do Sul. Ele destacou a necessidade urgente de intervenção do Poder Público para evitar o desaparecimento desses corpos d'água vitais.

"Em 2024, os focos de incêndio aumentaram em 900%. As imagens mostram a agonia dos rios. A seca histórica, as queimadas, a degradação das matas ciliares e o uso inadequado do solo estão reduzindo os níveis de água nos rios. Para a humanidade, os resultados estão sendo devastadores. Devemos criar consciência ambiental e alertar as autoridades que os recursos naturais não são inesgotáveis. Precisamos, como representantes da população e legisladores, proteger o meio ambiente", disse Kemp.

Expondo fotos dos rios Miranda e Taquari, Kemp apresentou dados preocupantes sobre o volume das bacias hidrográficas, que nos últimos anos estão abaixo da média histórica. Em 2023, a superfície do território brasileiro coberta por água reduziu em 6,3 milhões de hectares, uma queda de 30,8% em relação a 1985. No Pantanal, a situação é ainda mais crítica, com a superfície de água em 2023 chegando a apenas 382 mil hectares, 61% abaixo da média histórica. Na região de Corumbá, o Rio Paraguai marcou -33 centímetros em relação ao zero, o menor registro desde setembro de 1971.

Em um aparte, o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), Gerson Claro (PP), enfatizou que o Parlamento está igualmente preocupado com a situação dos rios e pediu apoio dos deputados para a aprovação do Projeto de Lei 156 de 2024, que institui o Programa Adote uma Nascente. "O objetivo é a recuperação das nascentes em áreas degradadas e a preservação daquelas que não necessitam de restauração", disse Claro.

O programa prevê duas categorias de participantes: os adotantes, responsáveis por ações de preservação e recuperação das nascentes, e os padrinhos, que colaborarão financeiramente. Entre as ações previstas estão a delimitação física da área, a sinalização, o nome da nascente, e informações com fins de educação ambiental, prestadas por técnicos habilitados, caracterizando a água, solo, fauna e flora do local.

"Com políticas públicas e práticas sustentáveis, podemos reavivar os rios antes que mais sequem ou desapareçam completamente", concluiu Gerson Claro.

Da Redação

Foto: Assessoria