26 de Jun, 2024
Base do prefeito de Coxim livra vereador Ângelo Gari de cassação
20 de Set, 2022

Foto: Assessoria da Câmara de Coxim

 

Por 7 votos a 5, a Câmara de Coxim arquivou, na segunda-feira (19 de setembro) o processo que julgava quebra de decoro parlamentar por parte do vereador Ângelo Gari.

 

Ele é acusado por ter recebido salário da Prefeitura de Coxim de janeiro de 2021 a abril de 2022, aonde mantém sua carreira de gari, apesar da incompatibilidade de horários com a vereança.

 

Votaram a favor do arquivamento:

Ademir Peteca, Adriana Nahban, Flavio Duarte, Jeferson Aislan, João do Posto, Vilmar Vendruscolo e Zanon Lamurier

 

Votaram contra o arquivamento:

Abilio Vaneli, Carlos Henrique, Marcinho Souza, Professora Marly Nogueira e William Meira

 

O relatório da Comissão Processante formada pelos vereadores Flavio Duarte, Vilmar Vendruscolo e João do Posto foi muito criticado pelos vereadores que votaram contra o arquivamento, assim como o parecer do advogado Alex Viana, assessor jurídico legislativo.

 

Na opinião dos que votaram contra, é explícita a falta de argumentos que comprovassem que Ângelo tivesse realmente trabalhado como gari no período de janeiro de 2021 a abril de 2022. Segundo o relatório final da Comissão, Ângelo devolveu pouco mais de R$ 4.900 aos cofres da Prefeitura, a título de “prestações pecuniárias”, mas sem se referir do que seriam os valores.

 

A sessão durou cerca de oito horas. Inicialmente os vereadores Abilio Vaneli e Carlos Henrique pediram pela suspensão da sessão pois não tiveram acesso aos depoimentos das testemunhas, já que os mesmos foram gravados em audiovisual, mas não foram disponibilizados de forma transcrita nem digital.

 

Foto: Assessoria da Câmara de Coxim

 

 

Compadrismo

 

Na sequência, a maioria concordou em depoimentos das “testemunhas” do caso fossem apresentados em telão durante a sessão. O que se viu foi um verdadeiro compadrismo. O único depoente que não facilitou para Ângelo foi o chefe da Defesa Civil.

 

Considerado informante por se declarar amigo do acusado, negou ter visto o vereador trabalhando em seu setor. Dois ex-secretários de Obras (Wilson e Juvenal) e o atual, Ivaldo Lopes, disseram que Ângelo Gari trabalhava, mas não sabiam qual horário, sendo muito vagos em seus depoimentos. Os vereadores que formam a comissão processante sequer faziam questionamentos sobre as respostas dispersas.

 

Onipresente

 

Ângelo estava recebendo salários de gari e de vereador, e também diárias da Câmara, por viagens enquanto parlamentar, como se fosse possível realizar as duas funções ao mesmo tempo.

 

O presidente da Câmara, William Meira, em seu comentário na tribuna, disse que o colega transgrediu as leis da física, ocupando dois lugares ao mesmo tempo, referindo-se a uma postagem em rede social no qual Gari publicou uma foto em Brasília, mas a folha de ponto assinada por ele e apresentada como prova dizia que ele trabalhou na coleta de lixo.

 

Outro fato que chama a atenção é a grande quantidade de faltas e folgas nos registros do ponto eletrônico da secretaria de Obras.

 

Apesar dos alertas feitos pelos que votaram em contrário, o resultado foi o arquivamento do processo. Ao final da votação, o vereador Abilio Vaneli serviu pizzas para os presentes.

 




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