O longa-metragem Rotas Monçoeiras: A História de um Rio e Seu Povo estreia no sábado no Festival América do Sul, que inicia hoje (09) até o próximo domingo (12), em Corumbá.
Com direção geral de Cid Nogueira, co-direção de Silas ismael, roteiro de Ariel Albercht e Cid Nogueira e recursos do Fundo de Investimentos Culturais de MS (FIC-MS), o documentário "Rotas Monçoeiras: a história de um rio e seu povo" revela um Brasil pouco conhecido, no coração de Mato Grosso do Sul.
O documentário é um longa-metragem inédito, de 70 minutos, sobre as sensações e percepções de pertencimento das populações rurais, ribeirinhas, artistas e pessoas comuns no âmbito do Rio Cênico Rotas Monçoeiras, uma unidade de conservação no Norte de Mato Grosso do Sul.
Trata-se de uma área de pouco mais 15.440 hectares, englobando parte do rio Coxim e seu entorno, integrando os municípios de Camapuã, Coxim, Rio Verde de Mato Grosso e São Gabriel do Oeste. Foi a primeira da categoria Rio Cênico sancionada no Brasil e gerida pelo instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul e foi classificada nesta categoria por guardar ícones culturais, históricos, arqueológicos, paisagísticos e ambientais únicos.
O período de produção levou seis meses, incluindo quatro incursões da equipe de filmagem ao local, totalizando 45 dias, além de pesquisa prévia, explica o diretor Cid Nogueira: "O documentário tem uma coisa orgânica, apesar de termos um roteiro pré-estabelecido, que foi escrito por mim e pelo Ariel Albrecht, que tem experiência de anos ali. No gênero documentário, quando vamos a campo, as coisas vão acontecendo e acabamos a seguir esse fluxo, das mudanças do tempo, do que os ribeirinhos estão falando naquele momento, e então nos adaptamos a essas narrativas".
"E quando a gente põe esse conteúdo na timeline da ilha de edição, leva um tempo de maturação. Então nós fomos além da história, que naturalmente deveria ser o fio do roteiro", explica Cid Nogueira. "Passamos também pela questão dos indígenas que viviam na região, os problemas socioambientais da atualidade, como a ameaça das barragens hidrelétricas, e também da produção cultural que surgiu dali e se estabelece na região".
"O documentário é rico em música, poesia e depoimentos de pescadores, ambientalistas, pesquisadores e ribeirinhos da região, 'autoridades' notórias no assunto, conferindo ao rio um status de objeto de estudo ambiental, tanto quanto de patrimônio cultural sul-mato-grossense, aguçando a curiosidade e o interesse do espectador acerca da temática abordada. Um longa rico em história e beleza. Um filme obrigatório no resgate das nossas origens!", destaca Ariel Albrecht.